Na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, esta ação foi inédita e permitiu ao Altair Paulo e Maria Marlene a trocarem ideias entre si durante um momento do encontro "Conserva a Dois". Nesta ocasião, o casal é motivado, por meio de um texto, a debater as muitas formas de relacionar-se e compreender os sentimentos pertinentes ao matrimônio.
Maria Marlene conta que sempre teve vontade de participar do encontrão do ECC, e que estas dificuldades práticas de acesso ao material e informação foram empecilhos que por muito tempo, adiram a sua participação no grupo. Depois de contar com ajuda do amigo Roberto Luiz Veiga, que confeccionou o material em braile naAssociação dos Cegos do Rio Grande do Sul (ACERGS), o casal decidiu integrar-se no encontrão da paróquia.
"Estou encantada e emocionada. É algo que me tocou muito. Eu vou guardar esse material" destaca Marlene, enquanto Paulo afirmou que o encontro "é algo diferente apesar de já ter participado de grupos de jovens na Igreja".
Com o material que permitiu sua acessibilidade ao encontro, Paulo afirma que os cegos, bem como demais deficientes, buscam também o acesso à informação independente da tecnologia disponível, seja o braile, o leitor de computador ou outras formas. No caso deste encontro, com a dinâmica acessível, Paulo ressaltou a independência e inclusão proporcionada: "Como nenhum de nós tem a condição de ler a escrita norma, o material ajuda para que a gente faça uma reflexão das perguntas propostas no encontro sem ter alguém para ler para nós, por que daí já não seria conversa a dois e sim, conversa a três. Isso é o acesso à informação" disse.
Com essa iniciativa, Marlene se disse animada e comentou ainda que deseja que a sua participação seja mais efetiva ainda: "Eu queria poder cantar os nossos cantos, mas não sei a letra. Gostaria de ter uma folha com a letra ampliada ou em braile para acompanhar na íntegra os cantos e oração que são lindos" disse.
Acessibilidade também é o acesso à informação
Roberto Luiz Veiga é Vice-presidente da ACERGS. Foi dele a ideia de convidar o casal Altair Paulo e Marlene. Ele destaca que as ações de inclusão estão intimamente ligados ao acesso a informação: "Acessibilidade é muito mais do que por rampas na frente nas calçadas, nos prédios. Nós lutamos pela acessibilidade atitudinal das pessoas para com as pessoas com deficiência. Acessibilidade também é o acesso à informação, à cultura, à saúde e este acesso para os surdos é através das libras e para os cegos é por meio do sistema braile" disse.
Roberto destaca que ao convidar os amigos para o encontrão do ECC, logo pensou na produção do material acessível visando a independências dos amigos para os momentos de conversa entre os casais. Roberto conta que sua experiência foi o que motivou o convite e a produção do material em braile: "Convidei um colega cego para participar do encontro. Para ele não ter a necessidade de alguém lendo o texto pra ele, produzimos o material na ACERGS. Quando eu fiz o encontro ECC não tinha material e senti falta disso na época. A acessibilidade, a inclusão das pessoas com deficiência acontece na sociedade de um modo geral, na Igreja também deve acontecer", enfatizou.
Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre (Magnus Regis - Jornalista PASCOM)
Comunicação ACERGS - Associação de Cegos do Rio Grande do Sul
Atendimento ao público: Rua Gen. Andrade Neves 159 – 11° andar - salas 111,112 e 113
Fone/fax: (51) 32253816 / (51) 32254911 www.acergs.org.br / www.twitter.com/acergs
Nenhum comentário:
Postar um comentário