segunda-feira, 18 de junho de 2012

Inclusão: encontro na Paróquia Saúde contou com material em braile da ACERGS


"Conversa a dois – só a terceira dimensão do amor espiritual integrada nas outras duas, psicológica e física..." a leitura desta frase inacabada que integra uma dinâmica do Encontro de Casais com Cristo (ECC), foi feita pelo casal Altair Paulo e Maria Marlene. A leitura da citação pode até parecer simples, porém representa uma conquista ao casal citado, que pela primeira vez participou do encontrão do ECC na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, bairro Teresópolis. Altair e Marlene são deficientes visuais. Ele é cego de nascimento e ela possui baixa visão e a confecção do material em braile, foi o que motivou o casal a participar do encontrão ocorrido nos dias 26 e 27 de maio.


Na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, esta ação foi inédita e permitiu ao Altair Paulo e Maria Marlene a trocarem ideias entre si durante um momento do encontro "Conserva a Dois". Nesta ocasião, o casal é motivado, por meio de um texto, a debater as muitas formas de relacionar-se e compreender os sentimentos pertinentes ao matrimônio.

Maria Marlene conta que sempre teve vontade de participar do encontrão do ECC, e que estas dificuldades práticas de acesso ao material e informação foram empecilhos que por muito tempo, adiram a sua participação no grupo. Depois de contar com ajuda do amigo Roberto Luiz Veiga, que confeccionou o material em braile naAssociação dos Cegos do Rio Grande do Sul (ACERGS), o casal decidiu integrar-se no encontrão da paróquia. 

"Estou encantada e emocionada. É algo que me tocou muito. Eu vou guardar esse material" destaca Marlene, enquanto Paulo afirmou que o encontro "é algo diferente apesar de já ter participado de grupos de jovens na Igreja". 

Com o material que permitiu sua acessibilidade ao encontro, Paulo afirma que os cegos, bem como demais deficientes, buscam também o acesso à informação independente da tecnologia disponível, seja o braile, o leitor de computador ou outras formas. No caso deste encontro, com a dinâmica acessível, Paulo ressaltou a independência e inclusão proporcionada: "Como nenhum de nós tem a condição de ler a escrita norma, o material ajuda para que a gente faça uma reflexão das perguntas propostas no encontro sem ter alguém para ler para nós, por que daí já não seria conversa a dois e sim, conversa a três. Isso é o acesso à informação" disse.

Com essa iniciativa, Marlene se disse animada e comentou ainda que deseja que a sua participação seja mais efetiva ainda: "Eu queria poder cantar os nossos cantos, mas não sei a letra. Gostaria de ter uma folha com a letra ampliada ou em braile para acompanhar na íntegra os cantos e oração que são lindos" disse.


Acessibilidade também é o acesso à informação

Roberto Luiz Veiga é Vice-presidente da ACERGS. Foi dele a ideia de convidar o casal Altair Paulo e Marlene. Ele destaca que as ações de inclusão estão intimamente ligados ao acesso a informação: "Acessibilidade é muito mais do que por rampas na frente nas calçadas, nos prédios. Nós lutamos pela acessibilidade atitudinal das pessoas para com as pessoas com deficiência. Acessibilidade também é o acesso à informação, à cultura, à saúde e este acesso para os surdos é através das libras e para os cegos é por meio do sistema braile" disse. 



Roberto destaca que ao convidar os amigos para o encontrão do ECC, logo pensou na produção do material acessível visando a independências dos amigos para os momentos de conversa entre os casais. Roberto conta que sua experiência foi o que motivou o convite e a produção do material em braile: "Convidei um colega cego para participar do encontro. Para ele não ter a necessidade de alguém lendo o texto pra ele, produzimos o material na ACERGS. Quando eu fiz o encontro ECC não tinha material e senti falta disso na época. A acessibilidade, a inclusão das pessoas com deficiência acontece na sociedade de um modo geral, na Igreja também deve acontecer", enfatizou.


Fonte: Arquidiocese de Porto Alegre (Magnus Regis - Jornalista PASCOM)


 
                 

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