terça-feira, 18 de setembro de 2012

Coração do meu Brasil (Jorge Amaro de Souza Borges) - Jornal Correio do Povo

Correio do Povo

ANO 117 Nº 354 - PORTO ALEGRE, TERÇA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO DE 2012

Coração do meu Brasil

Jorge Amaro de Souza Borges

O que dizer dos nossos atletas paralímpicos após seus maravilhosos resultados em Londres? As 43 medalhas conquistadas são façanhas de verdadeiros heróis,

que colocaram a alma em cada disputa. Os nossos atletas estavam lá, mostrando ao mundo a garra de mais de 45 milhões de pessoas com deficiência brasileiras.

O Brasil é, hoje, a 6 economia do mundo, mas, contraditoriamente, um dos países mais desiguais sendo que as pessoas com deficiência são aquelas que, entre

os excluídos, as que mais sofrem, principalmente, pela falta de acessibilidade. O esporte não é a primeira necessidade para este segmento, pois, antes

dele, vêm a saúde, a educação, a moradia e a assistência social. Mas é justamente o esporte que tem mostrado o quanto as potencialidades dessas pessoas

podem superar suas dificuldades.

Nesse ambiente completamente inóspito, temos que destacar o protagonismo das pessoas com deficiência, primeiro, por meio da seriedade e do comprometimento

do Comitê Paralímpico Brasileiro. Depois, através das confederações e, por fim, das entidades locais, que mantêm acesa a chama do nosso movimento paralímpico.

O esporte paralímpico brasileiro, de fato, aumenta sua legitimidade e amplia suas fronteiras. Mostra que esse país tem jeito, sim. Mas há ainda um longo

caminho a ser percorrido rumo à aceitação e à abrangência já alcançadas pelo esporte olímpico. Um exemplo disso é o descaso de nossa mídia televisiva.

Os nossos atletas paralímpicos mostraram ao Brasil o verdadeiro significado de patriotismo e nos deixaram mais orgulhosos, seja não só pelas medalhas,

mas também pela luta para ser atleta num país que engatinha no processo de inclusão e reconhecimento da diversidade em suas políticas públicas.

O coração do meu Brasil pulsa forte e feliz com as alegrias produzidas em Londres pelos membros de nossa delegação, medalhista ou não, pois, mais do que

nunca, competir simbolizou vitórias de quem tem uma vida inteira de luta contra o preconceito e a invisibilidade.

Parabéns, Ricardinho Alves, ouro no futebol de 5; Jovane Guissone, ouro na esgrima sobre cadeira de rodas; e Alexsander Celente, prata no Goalball; gaúchos

que brilharam em Londres.

vice-presidente do Coepede

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