segunda-feira, 23 de maio de 2011

A edição de hoje do Correio do Povo destaca a ACERGS no incentivo ao paradesporto

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ANO 116 Nº 235 - PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2011

Ricardinho é puro talento

Atleta tem apenas                                 22 anos e uma carreira cheia de                                 títulos<br /><b>Crédito:                                 </b> vinícius roratto
Atleta tem apenas 22 anos e uma carreira cheia de títulos 
Crédito: vinícius roratto

Ricardo Alves, 22 anos, gaúcho de Osório, se apresenta hoje, no Rio de Janeiro, para um período de treinamentos com a Seleção Brasileira de futsal para cegos. Mas a história de Ricardinho, como é chamado, trilhou caminhos cheios de obstáculos até ele se tornar um dos melhores do mundo no esporte que pratica.

"Sempre sonhei em ser jogador de futebol", diz. Com apenas seis anos de idade, Ricardinho teve um problema de deslocamento de retina, passou por cinco cirurgias e dois anos mais tarde estava com a visão completamente comprometida. "Achei que nunca mais ia jogar bola. Só que eu jamais me abati, sempre fui ativo, disposto", conta. A semana de trabalhos com a Seleção tem um objetivo: os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no México, no segundo semestre.

Ricardinho quer colocar mais uma conquista no currículo. Desde os 15 anos, quando ingressou no time da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), ele não parou de comemorar títulos e prêmios individuais. "Eu comecei a ganhar destaque em 2005, virei titular da Acergs e fui artilheiro do campeonato regional-Sul. No mesmo ano, ganhei o campeonato brasileiro e fui eleito o melhor jogador", conta.

Na academia onde mantém o preparo físico, no Centro de Porto Alegre, ele fala, orgulhoso, de tudo que já fez no futebol para cegos. "Ainda em 2005, tive a primeira convocação para a Seleção Brasileira. Em 2006, com 17 anos, já era titular, fomos campeões da Copa América, fiz 11 gols e encerrei como artilheiro", destaca. Ainda em 2006, Ricardinho foi vice-campeão mundial com a Seleção, eleito a revelação e melhor jogador da competição. "De 2007 para cá, ganhamos tudo com a Seleção, inclusive o Mundial de 2010, na Inglaterra, com um 2 a 0 sobre a Espanha na final", diz, mostrando que tem uma memória privilegiada.

Mas a maior conquista foi a paraolimpíada de Pequim, em 2008. "Vencemos a China de virada na final por 2 a 1, com um gol faltando 30 segundos", lembra Ricardinho. Atualmente, ele defende a equipe da Associação Gaúcha de Futebol para Cegos (AGFC). Nos planos, o retorno à faculdade de Fisioterapia, trancada em função das viagens. "Uma hora a bola acaba", comenta. "O esporte me ajudou a ser mais independente e também ajuda a quebrar um pouco a questão do preconceito, as pessoas te olham de outro jeito."


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ANO 116 Nº 235 - PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2011

Giovana Pila queria um ouro

Giovana garantiu um                                 bronze inédito para o Rio Grande do                                 Sul<br /><b>Crédito:                                 </b> pedro revillion
Giovana garantiu um bronze inédito para o Rio Grande do Sul 
Crédito: pedro revillion

Nenhuma atividade está mais presente na vida de Giovana Pila do que o judô. Afinal, ela pratica o esporte há 30 anos, desde a época em que visão e audição não estavam tão prejudicadas. Até por isso, por muito tempo Giovana competiu com atletas regulares - e se saiu muito bem. Apenas no ano passado, por intermédio da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), é que ela foi enquadrada como atleta paraolímpica.

Já na primeira competição, um resultado excelente: a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro. Giovana fez uma campanha digna das maiores judocas do mundo, ganhando todas as lutas por ippon. Confiante, ela embarcou com a seleção brasileira para a Turquia, para disputar a etapa da Copa do Mundo de Antalya.

O resultado foi igualmente impressionante: em sua primeira competição paraolímpica deste nível, Giovana foi bronze. Mas ela não ficou satisfeita. "Eu queria o ouro", disse ao Correio do Povo no tatame da Associação Canoense de Judô, onde treina há três décadas. "Queria o ouro, mas não consegui", repete a atleta, inconformada. "Faltou treinamento", avalia, prometendo se esforçar.

Além de treinar para as competições, Giovana auxilia o técnico Flávio Pereira na preparação de judocas mais jovens. Nem a dificuldade auditiva e muito menos a visual são empecilhos para que a atleta seja completa no tatame. "Ela tem uma técnica muito boa, é sem dúvida a atleta mais graduada do Rio Grande do Sul", diz o sensei, orgulhoso da judoca.

Giovana faz parte de uma fatia de 10% da população gaúcha que apresenta deficiência visual. No esporte, ela encontrou um sentido, uma motivação para viver. "É a vida dela, é uma ocupação, faz bem", resume o pai, Ênio Pila.



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