| Atleta tem apenas 22 anos e uma carreira cheia de títulos Crédito: vinícius roratto | Ricardo Alves, 22 anos, gaúcho de Osório, se apresenta hoje, no Rio de Janeiro, para um período de treinamentos com a Seleção Brasileira de futsal para cegos. Mas a história de Ricardinho, como é chamado, trilhou caminhos cheios de obstáculos até ele se tornar um dos melhores do mundo no esporte que pratica. "Sempre sonhei em ser jogador de futebol", diz. Com apenas seis anos de idade, Ricardinho teve um problema de deslocamento de retina, passou por cinco cirurgias e dois anos mais tarde estava com a visão completamente comprometida. "Achei que nunca mais ia jogar bola. Só que eu jamais me abati, sempre fui ativo, disposto", conta. A semana de trabalhos com a Seleção tem um objetivo: os Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, no México, no segundo semestre. Ricardinho quer colocar mais uma conquista no currículo. Desde os 15 anos, quando ingressou no time da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), ele não parou de comemorar títulos e prêmios individuais. "Eu comecei a ganhar destaque em 2005, virei titular da Acergs e fui artilheiro do campeonato regional-Sul. No mesmo ano, ganhei o campeonato brasileiro e fui eleito o melhor jogador", conta. Na academia onde mantém o preparo físico, no Centro de Porto Alegre, ele fala, orgulhoso, de tudo que já fez no futebol para cegos. "Ainda em 2005, tive a primeira convocação para a Seleção Brasileira. Em 2006, com 17 anos, já era titular, fomos campeões da Copa América, fiz 11 gols e encerrei como artilheiro", destaca. Ainda em 2006, Ricardinho foi vice-campeão mundial com a Seleção, eleito a revelação e melhor jogador da competição. "De 2007 para cá, ganhamos tudo com a Seleção, inclusive o Mundial de 2010, na Inglaterra, com um 2 a 0 sobre a Espanha na final", diz, mostrando que tem uma memória privilegiada. Mas a maior conquista foi a paraolimpíada de Pequim, em 2008. "Vencemos a China de virada na final por 2 a 1, com um gol faltando 30 segundos", lembra Ricardinho. Atualmente, ele defende a equipe da Associação Gaúcha de Futebol para Cegos (AGFC). Nos planos, o retorno à faculdade de Fisioterapia, trancada em função das viagens. "Uma hora a bola acaba", comenta. "O esporte me ajudou a ser mais independente e também ajuda a quebrar um pouco a questão do preconceito, as pessoas te olham de outro jeito." |
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