O projeto 'Empregabilidade de deficientes visuais', desenvolvido pela juíza Salise Monteiro Sanchotene, da 2ª Vara Federal Criminal e de Execuções Penais de Porto Alegre, em parceria com a Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs), foi o vencedor da categoria "Juiz Individual" na oitava edição do Prêmio Innovare. A divulgação dos resultados foi feita na última quinta-feira (dia 15 de dezembro) em solenidade no Supremo Tribunal Federal (STF). Além do prêmio, o trabalho será divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como exemplo de boa prática para o Judiciário do país.
A iniciativa propicia, desde junho de 2008, a degravação de áudios, provenientes das audiências das diversas varas federais gaúchas, por degravadores deficientes visuais. O trabalho é realizado no Centro de Degravação da Acergs, constituído por uma equipe de degravadores deficientes visuais e revisores videntes, que faz a conversão das audiências gravadas em arquivos de textos.
A prática permite que cegos estejam inseridos não somente no projeto, como no mercado formal de trabalho. Aprendem a trabalhar com programas como o Virtual Vison, leitor de telas que lê para o deficiente visual o que ele está fazendo no computador. Para cada três horas de áudio encaminhadas, a entidade dispõe de três dias úteis para o reenvio desse material em arquivo de texto à Justiça Federal. Tudo ocorre dentro do limite de 20 horas a serem degravadas semanalmente. Através de pesquisas foi detectado que esses deficientes anteriormente trabalhavam como vendedores de bilhetes de loteria e trabalhos autônomos com risco. Apesar da criação de cotas destinadas ao emprego de pessoas com deficiência, é bastante comum as empresas darem preferência a outros tipos de deficiência, que não exigem uma adaptação muito grande e a atuação Lei de Diretrizes e Bases da Educação, ainda não consegue oferecer educação básica de qualidade aos cegos.
Prêmio Innovare
A premiação é feita anualmente pelo Instituto Innovare e destaca as práticas que mais contribuem para o bem público e o aprimoramento da Justiça no Brasil. Este ano, o prêmio teve como temas "Justiça e Inclusão Social" e "Combate ao Crime Organizado", este na Categoria Prêmio Especial.
O ministro Gilmar Mendes (STF) com a juíza Salise Monteiro Sanchotene, premiada na categoria Juiz Individual (Andre Coelho / O Globo)
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